segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Retalho amigo

Tenho poucos amigos. Gostaria de ter um milhão de amigos. Gostaria de ter um AMIGO, um que a gente convida pra tomar café num dia qualquer, só porque está com saudade. Um amigo que liga pra contar um sonho que teve na noite passada. Eu quero um amigo pra chamar de MEU. Sou possessiva, ciumenta, egoista, irascível mesmo. Tantas pessoas foram costuradas, tantas se despregaram. Outras nem chegaram a ser alinhavadas.
Perdi um retalho num ataque de ciume idiota! Esse retalho foi muito especial, depois de uma noite inteira trabalhando, pegávamos o trem, com chuva ou não, e íamos comer pizza às 10 horas da manhã. Assistiamos filme agua com açucar. Ajudei a escolher um presente pra namorada (agora, esposa). Ficou comigo no Gunbound até o Beto chegar, porque eu estava com medo de ficar em casa sozinha. Era muito bobo esse meu amigo. Foi dolorido perde-lo porque ele era muito fechado, algumas pessoas o achavam um ET e ele confiava em mim. Havia mais que amizade entre nós, havia amor. Amor de amigo. Quando brigamos, foi um alvoroço na fabrica. Ele nunca soube a razão da minha explosão. Nem para o Beto contei. Foi uma coisa tão besta, tão TPM! Pedi desculpas, mas o elo tinha se rompido... Ele pediu pra eu ouvir a musica "Flores do Mal", disse que essa musica contava a nossa historia. Algum tempo depois o encontrei no MSN, foi uma conversa dificil, impessoal, ele ainda estava magoado.
Sol, se um dia ler essas linhas, quero dizer que não vou mais pedir desculpas. Entendi que nossa "amizade" era fragil, intensa, costurada rapida demais. Aprendi que os corações não são iguais, que é preciso chorar às vezes.
"O bem que você me fez nunca foi real
Da semente mais rica, nasceram flores do mal"
Se um dia essa frase não fizer mais parte de nós, prometo ir mais devagar no alinhavo.

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