segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mais uma tristeza e uma certeza


Hoje de manhã, Amanda me acordou falando que os cachorros estavam com um bicho no quintal. Quando vi que o tal bicho (um tempo atras, a Sofia matou um gamba) era uma gata, meu Deus! A gata estava deitada no chão e a Sofia e a Sara em cima dela. O Nick e o Peto latindo, dois covardes, rs. Desesperadas, tentamos afasta-los da gata sem ter que bater neles, afinal, a gata era uma estranha no quintal, o territorio deles. Jogamos agua e nada. Fiquei preocupada com a Amanda; ela esta amamentando e ficou muito assustada.
Fiquei triste pela gata, mas em nenhum momento fiquei brava com os cachorros. Quando conseguimos resgatar a gata, ela já estava morta. A Sofia tentava arrasta-la para o portão e tive certeza de que ela estava tentando salva-la. Acho que estava prenha ou que tinha dado cria. Fraca, caiu do telhado - talvez ela tenha feito "ninho" na laje, pois algumas noites atras, ouvimos barulho la.

Tristeza sim, Raiva não


Resolvi voltar a escrever e para começar, começo falando sobre meus cachorros.
Eu estava passando roupas na sala e pela janela, vi um homem passando pela calçada e meus cachorros latindo. Ele se incomodou com os latidos, pegou uma vareta - depois vi que era um pedaço de fiação - e começou a bater furiosamente na Sara pela grade. Eu entrei em choque na hora... Quando saí, gritei com ele e pude ainda, ver sua cara de ódio. Por que tanta raiva?
Eu amo meus cachorros. Demais.
Não fiquei com raiva dele, fiquei triste. Triste por ver uma pessoa que não gosta de cachorros. Ele deve ser muito infeliz e não deve ter a sorte de conviver com esses animais tão amigos e companheiros.
Nick, Sofia, Peto e Sara são muito especiais, eles só estavam protegendo sua casa, protegendo a sua familia.

domingo, 24 de outubro de 2010

Fazer o bem sem olhar a quem





Chegará o dia em que o homem conhecerá o íntimo dos animais. Nesse dia um crime contra um animal será considerado um crime contra a própria humanidade.(Leonardo Da Vinci)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Retalho amigo

Tenho poucos amigos. Gostaria de ter um milhão de amigos. Gostaria de ter um AMIGO, um que a gente convida pra tomar café num dia qualquer, só porque está com saudade. Um amigo que liga pra contar um sonho que teve na noite passada. Eu quero um amigo pra chamar de MEU. Sou possessiva, ciumenta, egoista, irascível mesmo. Tantas pessoas foram costuradas, tantas se despregaram. Outras nem chegaram a ser alinhavadas.
Perdi um retalho num ataque de ciume idiota! Esse retalho foi muito especial, depois de uma noite inteira trabalhando, pegávamos o trem, com chuva ou não, e íamos comer pizza às 10 horas da manhã. Assistiamos filme agua com açucar. Ajudei a escolher um presente pra namorada (agora, esposa). Ficou comigo no Gunbound até o Beto chegar, porque eu estava com medo de ficar em casa sozinha. Era muito bobo esse meu amigo. Foi dolorido perde-lo porque ele era muito fechado, algumas pessoas o achavam um ET e ele confiava em mim. Havia mais que amizade entre nós, havia amor. Amor de amigo. Quando brigamos, foi um alvoroço na fabrica. Ele nunca soube a razão da minha explosão. Nem para o Beto contei. Foi uma coisa tão besta, tão TPM! Pedi desculpas, mas o elo tinha se rompido... Ele pediu pra eu ouvir a musica "Flores do Mal", disse que essa musica contava a nossa historia. Algum tempo depois o encontrei no MSN, foi uma conversa dificil, impessoal, ele ainda estava magoado.
Sol, se um dia ler essas linhas, quero dizer que não vou mais pedir desculpas. Entendi que nossa "amizade" era fragil, intensa, costurada rapida demais. Aprendi que os corações não são iguais, que é preciso chorar às vezes.
"O bem que você me fez nunca foi real
Da semente mais rica, nasceram flores do mal"
Se um dia essa frase não fizer mais parte de nós, prometo ir mais devagar no alinhavo.

Retalhos

Para mim, a vida é uma colcha de retalhos. Os retalhos são momentos que vão sendo costurados ao longo da nossa existencia.
Uma frase, um cheiro, uma lembrança, uma musica, uma pessoa, algumas pessoas...
Um filme, uma comida, uma cor, um toque, vários toques...
Cada retalho costurado com amor, com dor, com alegria e com raiva também!
Tenho medo de que o tempo destrua essa colcha, de que um retalho se descosture e se perca. Tenho medo de que essa colcha desbote ou que seja roubada.
O filme "Talvez Algum Dia" assistido numa Sessão da Tarde marcou minha adolescencia, porque a estoria tinha a ver com o momento em que eu estava vivendo.
Minha colcha tem milhares de pedacinhos do Roupa Nova, de todas as cores. A voz do Serginho é tão especial, faz as borboletas no meu estomago darem piruetas. Incrivel como algumas coisas agem independentes do tempo, que continuam intactas como se não houvesse um calendario lunar, como se a Terra não girasse em torno do Sol. O Roupa Nova é assim pra mim.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Tempo

Eu queria que o tempo não passasse, que não existisse. Queria poder decidir quando e como o tempo seguisse. Queria voltar no tempo em que era criança, que comia bolinho de chuva todas as tardes, na casa da bachanzinha. Me lembro dela, sentada na maquina de costura, na cozinha fazendo almoço, no quintal recolhendo roupa. Minha bachanzinha escondia o riso cobrindo a boca, como todas as japonesas. Eu não fui uma boa neta, muitas vezes fugia da cozinha pra não enxugar a louça, reclamava quando ela demorava pra lavar as panelas. Minha bachanzinha me ensinou a bordar, a fazer croche e cachecol de trico. O tempo passou tão rapido que hoje, só me resta a saudade e a vontade de ter feito mais, muito mais pra ficar ao lado dela. Queria ter tido mais paciencia pra escutar as historias contadas e recontadas milhões de vezes. Queria ter aprendido japones com ela. Queria ter conversado em japones com ela. Queria ter partilhado minha experiencia no Japão, queria ter ido a Yamagata e andar pelas ruas por onde ela passou. Queria ter respirado o ar que um dia foi dela. Eu vou ser bachan e talvez um dia, meu neto estará recontando esta historia. O tempo ensina que ele é precioso e que não tem volta, que só pode ser vivido uma vez. O tempo ensina que se voce quer fazer algo, tem que fazer agora, que segunda chance não existe. Se voce quer dizer "eu te amo", diga já, porque talvez a pessoa já tenha partido quando se decidir a falar. Quero ensinar ao meu neto o idioma japones, quero que ele conheça a cultura que tanto aprendi a admirar. Se for uma netinha, vou ensina-la a bordar, a costurar, a fazer bolinho de chuva. Amanda... o tempo passou pra nós também e espero que a gente ainda tenha muito pra viver. Eu amo você e amo esse serzinho que tá aí dentro. Bazinha, arigatou, honto ni arigatou.

segunda-feira, 29 de março de 2010

O sentido da vida

Eu vou ser avó!
Antes de ser mãe, eu era filha, neta, bisneta...
O sentido da vida é essa transformação?
Borboleta ensina a gente a se tornar mãe. Ensina a ter paciencia, que do ovo até a saida da crisalida, leva um tempo. Ensina que toda lagarta tem a sua beleza.
Borboleta ensina a dividir as flores, a compartilhar da beleza do jardim.
Ser mãe é se conformar em ficar em 2º, 3º, 4º plano, nunca em 1º lugar.
O sentido da vida é um circulo?
Nascer, copular, por ovos, morrer. Simples.
Se é simples, por que o ser humano complica, dificulta? Talvez porque o ser humano seja egocentrico, achando que o universo gira em torno do seu umbigo.
Quando nos tornamos mãe, o universo gira em torno do umbigo da nossa cria.
E quando nos tornamos avós? Esse mesmo universo gira em torno de um umbigo dentro de outro?
Dizem (erroneamente) que borboletas vivem somente por 24 horas. Se fosse verdade, ela não veria sua cria crescer e multiplicar.
Que tristeza não poder ver, ouvir, sentir seus filhos crescendo, amando, vivendo.